quinta-feira, 16 de março de 2017

Eu cansei...


Cá estou eu, em casa, descansando depois de chegar da faculdade. Olho o grupo da minha sala no WhatsApp e vejo que tem matéria pra revisar. E eu já fico cansado só de imaginar o que eu vou ter que estudar.

Mas é com o sacrifício e a dedicação que a gente vai atingir nossos objetivos. Sim, essa foi uma frase clichê mas que tem todo sentido. E não, esse não é um texto motivacional.

Estou escrevendo isso aqui porque eu cansei.

Eu cansei de ouvir e ler que "alguns jogadores deveriam ajoelhar no logo da NBA e agradecer". Cansei disso.

Esse texto aqui é um pedido pra que você, é, você mesmo, pare de falar isso. É horrível ver que algumas pessoas pensam assim.

A NBA é essa Liga tão diferenciada, justamente por causa dos atletas. É absurdo o quão atléticos e inteligentes eles são. Mas eles não chegaram lá por sorte. Pelo contrário, eles se dedicaram, abriram mão de sair com os amigos. Abriram mão de sair com aquela mina gata da escola deles e etc.

Existe uma teoria que eu acho muito interessante. É a teoria das dez mil horas. Ela, basicamente, diz que pra você atingir seu sonho, pra que você alcance seus maiores desejos, você tem que ter pelo menos dez mil horas de foco total naquilo.

Ou seja, se você quer ser um médico? Você vai estudar por dez mil horas durante sua vida - desde a hora em que entrou na escola, até a hora que se tornou médico oficialmente.

E é o mesmo pra outras profissões... Inclusive, jogador profissional.

Você já parou pra pensar o tanto de horas o Kyrie Irving investiu pra ter o controle de bola que ele tem? Quanto tempo o Curry passou arremessando pra ter essa facilidade que ele tem?

Já, né? E o que faz você pensar que jogadores medianos da NBA não investiram a mesma quantidade de horas pra atingir seus objetivos?

Não é culpa deles que caras como LeBron, Durant, Curry, Harden, Kyrie, Westbrook, Kawhi, Paul George e etc. existem.

Caso você queira ver um vídeo no YouTube falando sobre isso, recomendo esse aqui, do Antonio Blakeney, jogador de LSU. https://youtu.be/DmtsuRhOxbY

No vídeo ele fala que ninguém trabalha mais forte que ele. E se tiver alguém fazendo isso, ele vai treinar mais forte por mais tempo, pra se dedicar mais que essa pessoa.

E ele só tá na faculdade. Talvez você nunca o veja na NBA, mas ele está lá se dedicando ao máximo pra que, se a hora chegar, ele esteja pronto pra jogar na melhor Liga do mundo.

Jogadores como Kay Felder, Zipser, James Jones, Corey Brewer e tantos outros que são taxados como ruins, e que não deviam estar na NBA, com toda certeza do mundo, venceria eu, você, e qualquer outro torcedor em um confronto de um contra um.


Outro exemplo é o Scalabrine. Ele é taxado como jogador ruim, mas na universidade ele jogou bem, durante o Lockout da NBA? Ele foi pra Itália e meteu médias muito boas. Bruno Caboclo, que até hoje, infelizmente, não conseguiu seu espaço na NBA, foi pra lá por mérito dele. Aqui no Brasil, quando jogou no LDB, ele tava com boas médias. Nível da NBA é mais alto e por isso ele ainda está na D-League, tentando se adaptar e poder jogar melhor na Liga.

Acontece o mesmo com Kay Felder. O armador de 1,75 dominou por onde passou, foi líder de vários quesitos na universidade de Oakland, e tem médias de 30 pontos, 6 rebotes e 6 assistências na D-League. Ele tem um grande potencial, mas até ele se adaptar a NBA, ele vai ter que jogar na Liga de Desenvolvimento.


Ah, e lembrando, ele é só um novato. Vai ter tempo pra evoluir.

Qualquer jogador da NBA venceria um de nós em um confronto mano a mano.

E não, não é exagero. Isso é só pra você ter noção do quão diferenciados esses caras são. E parem pra pensar, se esses jogadores fortes e atléticos que só são "pra compor elenco" na NBA vencem a gente fácil, imaginem o LBJ, Harden e Westbrook...

Nenhum jogador precisa se ajoelhar pra agradecer por estar lá. Eles trabalham duro, desde sempre, pra estarem ali. Se ele faz parte do elenco, com certeza ele é útil pro grupo, e é um jogador que faz bem pelo menos UMA coisa. Como por exemplo, James Jones. Leiam o meu texto e vejam o que ele fez pra ajudar a equipe naquele Jogo 7 das Finais. Jogadores assim, além de bons atletas, são bons jogadores de vestiário. Eles conquistam a confiança dos seus companheiros.

Então, por favor, parem de falar isso. Não reproduzam isso, principalmente na frente de crianças (10, 11 ou 12 anos). É uma péssima influência.

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