O melhor jogador da nossa geração

Entendemos como texto um conjunto de frases, ou seja, algo que é feito para ser lido. Mas, se pararmos pra pensar, a definição de texto é um pouco mais complicada do que isso. Nem sempre precisamos de um conjunto de frases. Muitas vezes apenas uma frase pode ser considerada um texto, ou até mesmo uma única palavra. Basta que a expressão tenha sentido completo.

Texto não é sobre a quantidades de palavras, e sim sobre o grau de eficiência. O texto não pode perder a sua eficiência comunicativa.

No título desse post, já temos um texto. Se eu quisesse simplesmente não escrever mais nada nesse espaço, eu poderia. Até porque a frase tem sentido completo, tem ótimo grau de eficiência comunicativa, e atrai as duas partes da comunicação: eu, o escritor, e você, o leitor.

LeBron James é o melhor jogador da nossa geração.

Depois da grande atuação que ele teve nas Finais de 2016, isso só ficou mais claro. LBJ finalmente se consolidou no Top 10 de melhores jogadores da história, e discutivelmente já está no Top 5.

Um bom texto não pode ser feito com apenas uma idéia - na verdade, até pode, mas você não quer falar a mesma coisa várias vezes. Pra que um texto consiga ser longo, sem ser repetitivo, você precisa de contexto.

Contexto pode ser explícito, quando é expresso por palavras, ou implícito, quando está embutido na situação em que o texto é produzido.

Então, vamos lá, vamos colocar um pouco de contexto nesse texto...

Desde os 16 anos LeBron vem sendo alvo da mídia. Na primeira temporada, como rookie, no high school, ele teve médias de 18 pontos, 6 rebotes, 3 assistências, 3 steals e 1 block. O time dele não perdeu um jogo sequer durante a temporada. St. Vincent-St. Mary foi campeã do estado de Ohio naquele ano. Aos 16 anos, LBJ já era considerado o próximo grande jogador da NBA. Na sua última temporada no colégio, LeBron James anotou 30 pontos, 10 rebotes e 5 assistências. Ele vivenciou o que um rockstar vivencia. A pequena escola dele, em Akron, teve TODOS os jogos da temporada transmitidos em rede nacional pela ESPN. Os jogos começaram a ser levados para a universidade de Ohio State, para que tivesse um publico maior - até porque a quadra de St. V-M não cabia tantos torcedores, e não tinha a estrutura que as TVs americanas precisavam. Isso tudo por causa de um moleque de 18 anos.


Uma das coisas que Bron menos leva crédito na carreira é o fato de ele ter sobrevivido ao hype. Na era das mídias sociais, a gente vê o tempo todo... qualquer moleque que anota 50 pontos no High School é o próximo Jordan. Qualquer moleque que dá 10 tocos em um jogo é o novo Hakeem. Mas muitos esquecem que eles só são jogadores do ensino médio, e essa pressão pode ser muito prejudicial pra carreira deles. Jogadores como OJ Mayo e Lance Stephenson não conseguem sobreviver ao hype absurdo que ganham. Outros jogadores como Kwame Brown e Sebastian Telfair são exemplos de jogadores que eram extremamente famosos no Ensino Médio, mas que nem na NBA conseguiram ficar.

E então, chega LeBron James.

Era esperado que o King dominasse os adversários(mais velhos) locais aos 16 anos, e foi o que ele fez. Aos 18 anos, era esperado que ele dominasse os adversários do país inteiro, ganhasse o prêmio de melhor jogador do High School, e fosse a primeira escolha do Draft de 2003 - e foi o que ele fez. Como jogador da NBA, era esperado que o LeBron se tornasse um dos melhores da história, com vários títulos da Liga e vários prêmios de MVP. Essas não eram as expectativas de alguns torcedores que viram um moleque que jogava bem, eram as expectativas de scouts e GMs - pessoas que estão acostumadas a ver grandes talentos - e de vários fãs da NBA. O que tornava a pressão ainda maior.

Mas, LeBron foi lá e se tornou o melhor jogador do mundo, e uma lenda da história da Liga, E essa, sem dúvidas, é uma das maiores realizações da carreira dele.

LeBron James é maior atleta da história moderna da NBA.

A principal razão pra que LeBron tenha conseguido alcançar o que ele já alcançou na carreira é a genética absurda que ele tem. A história que mais chama atenção sobre o LBJ é a perda de peso que ele teve durante o verão de 2014. Ao fim da offseason, o King falou que perdeu algo em torno de 11 kg, e que finalmente tinha voltado a pesar 113 kg. Mas, na época, isso foi estranho... porque ele sempre foi listado com esse peso. E ao perceber o estranhamento de todos, Bron revelou que apesar de estar listado com 250 lbs (113 kg), ele jogou a maior parte da carreira com 275 lbs (124 kg).

O King tem 2,03 de altura, um metro de impulsão, e 120 kg de puro músculo. Ele era um dos jogadores mais rápidos da NBA pesando mais de 120 kg. Absurdo. Assim como o Giannis Antetokounmpo, acho que o LeBron deveria ter um apelido tipo "American Freak".

LBJ é o jogador mais saudável da história da NBA. A durabilidade dele chega a impressionar.

O King nunca perdeu um jogo de playoffs por causa de lesão. Após 987 jogos de temporada regular, e 38,478 minutos jogados, LBJ aparece pra TODOS os jogos nos playoffs. O que é bem impressionante. Mas muita gente não compreende o quão absurdo essa estatística é...

Pra reforçar o meu ponto, vamos comparar as primeiras nove temporadas do LBJ com a de grandes estrelas da Liga. (OBS: Todos os jogadores comparados já jogaram uma temporada com Lockout em sua carreira. Por isso, o justo é comparar 8 season normais, mais a Lockout Season).

Dando uma olhada nos números, percebe-se que LBJ jogou 689 partidas em seus primeiros nove anos de Liga, o que é 43 jogos a mais do que o segundo jogador (Carmelo Anthony). Ou seja, a metade de uma temporada da NBA. E em relação aos minutos jogados, LeBron tem 3,289 mais minutos do que o segundo jogador nessa lista (Kevin Durant).

Só pra vocês terem uma noção, caso um jogador dispute todos os jogos de uma temporada regular (82), e jogando 40 minutos por jogo, ele teria jogado ao fim da season 3,280 minutos. Ou seja, comparado as outras grandes estrelas, LBJ jogou uma temporada INTEIRA a mais de minutos.

E vale também lembrar que LeBron joga(va) o ano inteiro, sem parar. Ele jogou várias partidas com o Team USA, o que são ainda mais minutos pra essa conta. Nas primeiras nove temporadas, ele jogou 150 partidas de playoffs, e ainda foi para as Olímpiadas de 2004, 2008 e 2012.

Se compararmos com a lenda Larry Bird - que acabou a carreira após 13 temporadas -, LeBron (que também tem 13 temporadas disputadas) jogou 90 partidas a mais que Larry (897). Bron também jogou 4,000 minutos a mais que Bird. Após a sua 13ª temporada de NBA, Larry Bird se aposentou com uma lesão nas costas. Após a 13ª temporada, LBJ trouxe o tão sonhado título pra Cleveland.

Se tem um jogador na história da NBA que não é humano, esse jogador se chama LeBron James.

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Dentro de contexto, existe o conhecimento de mundo.

Conhecimento de mundo é importantíssimo para que você consiga entender o texto completamente. Você adquire esse conhecimento durante sua vida, informalmente.

É preciso de conhecimento de mundo - mais especificamente de NBA, pra entender o que o LeBron e os Cavs fizeram. O Cleveland Cavaliers se tornou o PRIMEIRO time da história da Liga a conseguir virar a série após estar perdendo por 3-1. Cavs derrotou um time que não perdia três partidas seguidas há anos. Cavs derrotou um time que venceu 73 vezes na temporada regular - recorde da NBA. LeBron ajudou o seu time a conseguir essa virada histórica. Ele foi espetacular nos últimos três jogos da série.

LBJ liderou os dois times em pontos, rebotes, assistências, roubadas de bola e tocos. Nenhum outro atleta NA HISTÓRIA conseguiu esse feito. Eu posso garantir que existem várias outras estatísticas que mostram o quão monstro o LBJ foi nessa série final, mas não vou colocar aqui pra não me tornar repetitivo.

LeBron James conseguiu consolidar o seu legado nas Finais de 2016. Trouxe o tão sonhado título para o seu estado, conseguiu o seu terceiro título, seu terceiro MVP das Finais e derrotou um time que, sem duvida alguma, é um dos melhores da história da NBA.

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E agora, chegou o momento de ampliar um pouco mais as definições de texto. Existem também os textos verbais e visuais. Apesar da maioria dos textos serem orais ou escritos, nós precisamos sempre lembrar dos textos que não contam com auxílio de palavra, seja ela escrita ou falada. Como por exemplo, a fotografia e a pintura. Ah, e claro, também existe o filme.

Toda grande lenda da NBA tem um momento que sempre será lembrado. O Michael Jordan tem "The Shot", o Magic Johnson tem "The Skyhook", o Larry Bird tem "The Steal". Assim como várias outras lendas também têm seus respectivos momentos. Mas até esse ano, LBJ ainda não tinha "O MOMENTO" que sempre será lembrado quando se falar de LeBron James. Claro, ele tinha vários jogos que podem, e serão lembrados pra sempre. Mas aquele momento icônico ainda não existia.

Até que o LeBron veio voando para, mais uma vez, entrar pra história da Liga.

Vou ter que usar o conhecimento de mundo de vocês mais uma vez. No início de um filme de basquete famoso, uma frase é falada. Frase essa que eu nunca esqueci, e que sempre que vejo "The Block", eu lembro dela.


Basketball is like poetry in motion...



Segundo o Sports Science, LeBron correu mais rápido que o RB da NFL Jamaal Charles - um dos melhores na atualidade -, para dar esse toco no Andre Iguodala. LBJ fez uma coisa que só ele conseguiria fazer. O jogo tava empatado há mais de três minutos, os dois times juntos tinham errado os últimos nove arremessos tentados, e muito provavelmente, faltando pouco mais de um minuto pro fim do jogo, se o Iguodala faz a cesta, o Warriors era campeão.

Mas LeBron foi lá e deu um toco perfeito, não só pela plasticidade, mas também pelo timing.

LBJ só tinha 0.2 segundos para dar o toco. 0.2 segs, esse é o tempo que a bola levaria pra sair das mãos do jogador do Warriors e tocar na tabela (caso a bola tocasse na tabela antes do LeBron tocar na bola, seria considerado goaltending e o GSW ganharia os pontos). LeBron James conseguiu o melhor toco da sua carreira em um Jogo 7, na casa do adversário.

LeBron veio correndo, pulou e rejeitou a tentativa do Iguodala. Ele disse NÃO. Não para todo o ódio, não para os gritos de "bebê chorão", não para as pessoas que o chamavam de amarelão, não para quem disse que voltar pra Cleveland "seria o maior erro da carreira" dele, não para quem o chamou de irrelevante, não para todas as polêmicas que a imprensa faria caso ele saísse de quadra sem o título, não para o time de 73 vitórias.

Ele também disse SIM. Sim para o fim da seca de títulos da cidade de Cleveland, sim para a consolidação do seu legado, sim para o primeiro título do Cavs.

Sim para ser o melhor jogador da nossa geração.

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Um texto longo pode ser muito cansativo e demorado de ler, ou pode ser ótimo e rápido - caso você goste. Espero que você, leitor deste blog, e parte importante na comunicação, tenha gostado de ler esse post. Até porque, esse texto tem sentido completo, grau de eficiência comunicativa, texto visual e verbal, e a melhor parte... contexto(s).

Obrigado, galera. Até a próxima! Abraço. #GoCavs #LeHistory #CavsBrasil