Aos 13 anos, um garoto descobriu quem era LeBron James e se apaixonou pelo basquete.
Esse garoto viu na ESPN Brasil, com narração do Everaldo Marques, o King James fazer uma cesta espetacular, de três, faltando apenas um segundo pro fim.
Naquela oportunidade, Cavs tinha perdido o Jogo 1 da série contra o Magic, e no segundo jogo a história tava se repetindo.
Magic reagiu no último período e conseguiu virar o jogo em uma linda bola de Hedo Turkoglu.
Orlando 95-93 Cleveland.
Esse garoto ficou muito impressionado com a cesta que aquele camisa #15 tinha feito. Como ele não assistia basquete, ele pensou que jogo já estava definido. Um segundo só? Pra fazer três pontos? Ele achava que não tinha como.
Até que os jogadores voltam à quadra pra jogar o último segundo de partida.
O garoto tava lá, na frente da TV, desacreditado que o time daquele camisa #23 que ele via sempre fazer enterradas e cestas bonitas, nos 30 segundos de highlights que passavam no GloboEsporte, ia perder.
Mas aí, nesse dia, esse garoto aprendeu três lições:
A primeira, é de que basquete é o melhor esporte do mundo. A segunda, é que, no basquete, o jogo não acaba quando termina. E a terceira é: SEMPRE acredite em LeBron James.
O Rei se livrou da marcação do Turkoglu, pegou a bola e arremessou...
A Quicken Loans Arena tava em um silêncio absurdo, ainda da bola do Turkoglu que abriu 95-93.
Quando a bola entra, TODAS as pessoas gritam, comemoram, choram, etc etc etc.
Nesse dia, o garoto se apaixonou pelo basquete.
E ontem, esse garoto tava refletindo antes de dormir, o quão essa cesta QUE É MUITO PARECIDA com a de 2009 pode ter feito algum garoto/garota se apaixonar pelo basquete.
O Cavs tava VENCENDO por 95-93, até que o Pacers empatou o jogo.
Cavs teve um ataque, que acabou com um turnover (que deveria ser bola do Cavs) do LeBron. O melhor jogador do outro time colocou a bola debaixo do braço.
Faltavam 26 segundos, o Pacers tinha a bola e os dois melhores jogadores dos dois times estavam mano-a-mano, prontos pra decidir a partida.
Victor Oladipo finta LeBron, passa por ele e vai pra bandeja... O King dá um toco (que sim, poderia ter sido marcado goaltending).
Imediatamente os jogadores ao segurarem o rebote, pedem timeout.
E tudo volta a ser igual a 2009. Cavs indo pro timeout, precisando de uma cesta. Dessa vez, com 3 segundos no relógio.
Os jogadores voltam do timeout, cada um vai pro seu lugar e esperam os árbitros autorizarem os últimos três segundos de jogo.
LeBron recebe a bola, bate duas vezes, e sobe pra o arremesso de três... Do mesmo lugar em que ele tinha feito em 2009.
A bola cai, é cesta, e a Quicken Loans Arena vai à loucura.
LeBron repete a comemoração, corre em direção ao banco pra abraçar seus companheiros.
Em 2009, LeBron abraçou um gringo conhecido por sua raça, energia, e que era xodó da torcida: Anderson Varejão. Em 2018, LeBron abraça um gringo conhecido por sua raça, energia, e que é xodó da torcida: Cedi Osman.
O garoto que acompanhou tudo em 2009, se arrepia totalmente ao ver tudo aquilo se repetindo 9 anos depois.
A voz de ontem não era do Everaldo Marques, e sim do Rômulo Mendonça.
Então, Rômulo, assim como eu vou agradecer agora o Evê pela narração, alguém um dia, daqui alguns anos, vai te agradecer e lembrar por você ter sido a voz do começo da paixão dela pelo basquete.
Obrigado, Evê. E obrigado, Rômulo, antecipadamente, pode ter certeza que você fez uma narração histórica.
O garoto que acompanhou tudo em 2009 e em 2018 foi dormir às 2h da manhã, ainda animado com o jogo que tinha acabado por volta das 23h.
O basquete é um esporte maravilhoso, que eu, Arthur, tive o prazer de conhecer, e me apaixonar, em 2009, no Jogo 2 da série entre Cavs e Magic.
E, assim como LeBron conseguiu fazer com que eu me apaixonasse pelo basquete, espero que ontem ele tenha conseguido repetir a história.